Durante os anos emergenciais da pandemia, o Sistema Único de Saúde (SUS) se tornou uma peça fundamental para atendimento igualitário e acessível para toda a população. Com a vacinação avançando e o risco de contágio menor, nos resta descobrir o que vem depois. Por isso, o simpósio apresentado ontem (07) na Academia Nacional de Medicina (ANM) teve O Papel do SUS Pós-Pandemia como tema principal. O evento foi aberto pelo Acadêmico Pietro Novelino e organizado pelos Acadêmicos Fabio B. Janete e José Gomes Temporão.
Os professores da Universidade de São Paulo (USP), Dr. Gonzalo Vecina Neto e Drª. Ludhmila Abrahão Hajjar, realizaram apresentações na primeira etapa do simpósio, com o tema O SUS que transformou Caridade em Direito, no qual é explicado o início da saúde pública no Brasil e o surgimento do Sistema que universalizou o acesso das pessoas de baixa renda à saúde. E O que a Pandemia revelou do Verdadeiro SUS?, em que a gravidade da pandemia, a desigualdade do SUS e a vulnerabilidade socioeconômica foram ressaltadas, mostrando que pacientes negros, indigíneas e fora do eixo Sul-Sudeste foram os mais atingidos pela mortalidade da doença.
O Acadêmico Paulo Buss ministrou a palestra sobre Lições aprendidas e Contribuições do SUS na Arena Internacional. Foi explicado o conceito e a influência internacional desse sistema, citando os principais programas que fazem parte do SUS e que são uma referência de política pública, entre eles, é possível citar: saúde da família, programa de imunização, farmácia popular e sistema nacional de transplante. Ao finalizar, o Acadêmico sinalizou a resposta do SUS à pandemia e as principais contribuições da Fiocruz.
Para a segunda etapa do simpósio, Dr. Rui Teófilo Figueiredo Filho, diretor médico do Hospital Pedro Ernesto (Hupe), apresentou o tema Longas Filas Pós-Pandemia: Como Gerir essa Demanda?. Nela, foi explicado a redução de procedimentos eletivos durante a pandemia, entre eles as cirurgias e os diagnósticos. Para cumprir a demanda do Hupe nesse momento pós-pandemia, é necessário estabelecer as prioridades, destacando os procedimentos de oncologia e cardiovasculares, mas sem esquecer dos casos mais simples. O hospital passará pela ampliação da sua capacidade, para que assim, também seja possível aumentar o atendimento.
Ao falar da medicina na pandemia, também é importante destacar o auxílio da telessaúde para a realização de atendimentos. Essa tema foi apresentado pela Drª. Leila Suemi, da USP, com a palestra Transformação do Modelo para Telessaúde: É o Caminho?, no qual foi explicado sobre a existência do termo telessaúde, e que foi uma prática impulsionada durante o isolamento social. Isso fez com que houvesse uma revisão e ajuste nos processos, e no desenvolvimento de tecnologias, como o uso de plataformas e de inteligência artificial. Sobre o futuro desse método, ela explica como será possível usá-lo no período pós-pandemia.
A apresentação seguinte foi feita pelo Dr. Marco Nascimento, da Fiocruz, abordando o tema Dependência Tecnológica e o Futuro do SUS. O intuito foi explicar um dos principais problemas presentes no sistema brasileiro, as restrições de exportação à medida que a pandemia foi se espalhando e a desigualdade na produção de vacinas. Foi ressaltado o importante papel que a saúde desempenha no país, se tornando um vetor para o desenvolvimento, em questão de inovação, bem-estar e sustentabilidade.
Para finalizar o simpósio, a professora Ana Maria Malik, da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, ministrou o tema SUS: Os Primeiros 32 Anos e Perspectivas para o Futuro. Em que foi explicado sobre o surgimento do SUS no Brasil, a sua implantação e a sua inserção na Constituição. O futuro e os novos cenários que podem surgir com o tempo, as variantes da mesma doença e como os avanços tecnológicos podem influenciar o atendimento do paciente foram abordados.
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