Para marcar o início do Setembro Amarelo, mês de Prevenção ao Suicídio, a Academia Nacional de Medicina (ANM) apresentou nesta quinta-feira (01) o simpósio relacionado ao tema, organizado pelo Acadêmico Antonio Egidío Nardi, que durante a abertura ressaltou a importância de falar sobre esse assunto na sociedade.
As apresentações foram iniciadas com o tema Epidemiologia do Suicído no Brasil, ministrado pela professora Veronica de Medeiros Alves, da Universidade Federal do Alagoas. O intuito foi mostrar estudos sobre o suicídio e que os casos estão associados a diversos fatores, por exemplo, sociológico, econômico, político, cultural e biológico. A professora apresentou números que comprovam uma queda de 36% na média mundial entre 2000 e 2019, mas um aumento no Brasil de 25% entre 2011 e 2020, onde o maior índice está concentrado na região Sul do país, seguido pelo Centro-Oeste. Outros dados mencionados abordam a predominância de casos em homens e adultos de meia-idade. Ressaltando uma crescente entre os adolescentes, jovens adultos e também na comunidade LGBTQIA+.
Para finalizar a primeira parte do simpósio, o tema seguinte foi sobre uma grande preocupação nos últimos dois anos: Suicídio durante a Pandemia da Covid-19. Ministrada pelo Dr. José Diogo Souza, da Universidade de São Paulo (USP), a palestra trouxe informações do período em que a Covid-19 se alastrou no mundo e que uma das preocupações foi os efeitos do isolamento na saúde mental das pessoas, por diferentes fatores de risco. Apesar disso, os dados concretos sobre os efeitos pandemia nos casos de suicídio puderam ser analisados um mês depois da implantação das restrições, e mesmo assim, as pesquisas não mostraram evidências de casos acima do esperado, e sim o oposto. Entretanto, ele afirmou que é necessário estar atento às diferentes interpretações desses dados para entender o resultado.
A segunda parte do simpósio foi aberta pela apresentação do professor José Carlos Appolinário, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), sobre o tema Transtornos Alimentares e Suicídio. Nessa área, foi abordado o amplo conceito de transtornos alimentares, que podem estar relacionados até mesmo a transtornos mentais, como depressão e ansiedade. O professor ainda citou diversos aspectos da sociedade que contribuem com esse problema, como o corte da alimentação, peso, imagem e insatisfação corporal, compulsão alimentar, comportamento compensatórios, entre outros. A relação com o suicídio é vista quando o professor José Carlos afirma que essa é uma das principais causas de mortalidade, juntamente com as consequências da desnutrição. E o paciente apresenta sinais prévios, sendo a automutilação um deles.
O professor Alexandre Valença, da UFRJ e Universidade Federal Fluminense, foi o responsável pela palestra Homicídio Seguido de Suicídio. Neste tópico, foi explicado os diferentes tipos de crimes considerados homicídios, como o feminicídio, serial killer, spree killer e outros. O professor também apontou casos que se enquadram nesse padrão, relembrando até mesmo um acontecimento muito famoso do massacre em uma escola em Realengo, no Rio de Janeiro.
Por fim, a última apresentação foi feita pelo professor Flávio Kapczinski, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), sobre o tema Depressão e Suicídio. Diversos dados sobre essa relação foram trazidos para discussão, mas é possível destacar que 90% das pessoas que cometem suicídio possuem uma doença psiquiatríca e que 83% desses pacientes buscam ajuda. Outro ponto mencionado é sobre o tipo de tratamento que deve ser feito em cada caso para que seja eficaz.
Antes do encerramento do simpósio, a bancada acadêmica pode fazer tirar suas dúvidas com os palestrantes, fazer comentários e trocar informações. Para assistir na íntegra, visite o nosso canal no Youtube.