A comunidade Acadêmica celebrou, na última terça-feira, 31, a posse do cirurgião plástico José Horácio Aboudib como Membro Titular da Academia Nacional de Medicina. A tradicional solenidade reuniu Acadêmicos, amigos e familiares para prestigiar a posse do novel Acadêmico na Cadeira 40 da Secção de Cirurgia, que tem como Patrono o Acadêmico e Fundador do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, o Dr. Jayme Poggi de Figueiredo.
Realizada no Anfiteatro batizado em homenagem ao inesquecível Acadêmico Miguel Couto, a solenidade honrou todas as tradições desse importante rito Acadêmico. Simbolizando a fraternidade que se espera de seus membros, o novel Acadêmico foi conduzido ao Anfiteatro por uma Comissão de Honra, escolhida pelo Presidente juntamente ao empossado, composta pelos Acadêmicos Luiz Felippe Mattoso, Ronaldo Damião, Eliete Bouskela, Rui Haddad, Milton Ary Meier e Fábio Jatene.
Um dos pontos altos da solenidade foi marcado pela leitura do tradicional juramento Acadêmico e da entrega do colar e medalha Acadêmica pelo Presidente Acadêmico Jorge Alberto Costa e Silva. O empossado também recebeu o Diploma Acadêmico, desta vez pelas mãos do Acadêmico Claudio Cardoso de Castro, ícone da cirurgia plástica no Brasil e mestre de longa data de José Horácio Aboudib.
A saudação do novo Acadêmico ficou a cargo do Acadêmico e ex-Presidente Francisco José Barcellos Sampaio. Em seu discurso de saudação, ressaltou o papel de liderança que o novel Acadêmico exerce não só dentro de sua área de especialidade, mas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro de uma maneira geral. Discorrendo sobre a trajetória pessoal de José Horário Aboudib, destacou a admiração que o novel Acadêmico sempre teve pelo inesquecível Acadêmico Ivo Pitanguy, que motivou sua mudança de Brasília para o Rio de Janeiro, em meados da década de 70. Ao final de seu discurso, proferiu a já consagrada “Oração aos Nossos Pares”, do saudoso Acadêmico Álvaro Cumplido de Sant’Anna.
Iniciando seu discurso de posse, José Horário Aboudib fez menção à sua campanha anterior, ressaltando os rigorosos ritos a serem cumpridos por todos aqueles que almejam “cortejar” esta Casa. Agradeceu ao também Acadêmico Jorge Fonte de Rezende Filho, com o qual concorreu anteriormente pela vaga da Cadeira No. 67, afirmando que havia iniciado a campanha com um adversário e a encerrado com um amigo. Sobre a atual campanha, relembrou com saudosismo o ritual de visita aos Membros Titulares e Eméritos, com os quais passou agradáveis momentos de fraternidade e troca de conhecimento científico.
Destacou que uma das maiores honras de um Acadêmico quando de sua posse é poder homenagear seus pares, agradecendo aos membros da Comissão de Honra que o conduziram ao Anfiteatro, representando toda a comunidade Acadêmica naquela noite. Na sequência, apresentou também um breve resumo da trajetória de seu Paraninfo, o Acadêmico Francisco José Barcellos Sampaio, por quem nutre sincera e fraterna amizade. Por fim, fez menção também aos ocupantes anteriores da Cadeira de número 40, com destaque para o inesquecível Acadêmico Adib Domingos Jatene, figura emblemática para a cardiologia brasileira.
Falando sobre sua trajetória pessoal, mencionou a graduação em Medicina pela Universidade de Brasília em 1976, o Mestrado em Cirurgia Plástica pela Universidade de São Paulo em 1997 e o Doutorado em Ciências Médicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro em 2014, para o qual apresentou tese intitulada “Estudo Epidemiológico das Pacientes Submetidas a Gluteoplastia”. Ao final de sua Residência em Cirurgia Geral, em 1978, fez prova para o Curso de Especialização em Cirurgia Plástica do Professor Ivo Pitanguy, sendo aprovado em primeiro lugar. Sobre o mestre, afirmou que, apesar de ter conhecido inúmeros outros mestres brilhantes ao longo de sua carreira, nenhum deles foi capaz de reunir a inigualável habilidade cirúrgica, o conhecimento médico, o comprometimento com a educação e o ensino no país e o carisma de Ivo Pitanguy – características que o tornaram um “gênio”, segundo o empossado.
Em um dos momentos mais aguardados da noite, o Presidente Acadêmico Jorge Alberto Costa e Silva proferiu eloquente discurso em homenagem ao Novel Acadêmico. Ressaltou que a imortalidade é uma das maiores honrarias concedidas àqueles que logram pertencer às fileiras desta Casa e que a Academia Nacional de Medicina tem como um dos seus princípios honrar, divulgar e promover a memória médica em nosso país. Assim sendo, aqueles que nela ingressam passam a possuir um compromisso não só com o desenvolvimento científico, mas com a inesgotável missão de conhecer a natureza humana e a singularidade de sua posição no quadro da história universal.
O Presidente concluiu seu discurso ressaltando que, nesta vida, nunca chega o tempo de parar, relembrando as palavras do Acadêmico e ex-Presidente José Leme Lopes, que o recebeu quando de sua posse na Academia Nacional de Medicina. Segundo o ex-Presidente, “Não uso bordão e por isso não preciso deixá-lo à beira do caminho para sentar-me e olhar o crepúsculo. Vou em frente. Há ainda sol e calor na minha paisagem”. Na sequência, dando por encerrada a solenidade, solicitou à Comissão de Honra que conduzisse o Acadêmico ao Salão Nobre, para que fosse recebido pelos convidados.