Em uma iniciativa que não é restrita à área médica, a Academia Nacional de Medicina recebeu na última quinta-feira, 15 de outubro, a Conferência “O Museu do Amanhã: Projeto de um Museu Contemporâneo de Ciência”, proferida pelo Prof. Luiz Alberto Oliveira, curador do museu.
Com previsão de abertura ainda este ano, o Museu do Amanhã fica na Praça Mauá e faz parte, assim como o Museu de Arte do Rio e o AquaRio, do Porto Maravilha, uma ampla revitalização da região portuária carioca. Projeto do famoso arquiteto espanhol Santiago Calatrava, o edifício é sustentável, integrado à paisagem natural, tendo sido inspirado nas flores das bromélias do Jardim Botânico, e conta ainda com galerias com conteúdos adicionais, auditório de 430 lugares, restaurante, jardins e um magnífico mirante para a Baía de Guanabara.
Incluído na linhagem de museus experimentais, o Museu do Amanhã é inovador: os visitantes aplicarão os recursos da ciência contemporânea e poderão explorar os caminhos possíveis para diferentes cenários de amanhã. Desta forma, de acordo com o conferencista, o acervo é composto por possibilidades e a mensagem-chave se resume a “Amanhã é hoje”.
Baseado nas diretrizes éticas da sustentabilidade e da convivência, respostas para a pergunta “como queremos viver com o mundo e com nós mesmos?”, o Museu do Amanhã apresenta um percurso expositivo principal para todas as faixas etárias. Neste sentido, o Prof. Luiz Alberto Oliveira explica que a exposição permanente é dividida em 5 partes estruturadas em respostas às perguntas que a humanidade sempre fez: cosmos (“de onde viemos?”), terra (“quem somos?”), antropoceno (“onde estamos?”), amanhã (“para onde vamos?”) e agora (“como queremos ir?”). Principal temática do espaço, o amanhã, por sua vez, aborda 6 grandes tendências: 1) crescimento da população e longevidade, 2) integração e diferenciação, 3) mudanças climáticas, 4) alteração da biodiversidade, 5) aumento de artefatos e 6) expansão do conhecimento.
Chama a atenção o fato do Museu do Amanhã ter apenas um objeto físico, o “churinga”, um artefato da cultura aborígene australiana, por acaso, com o mesmo formato do edifício, que tem a função de fazer a conexão entre o passado e o futuro (exatamente como o museu), uma vez que a alma de um falecido fica guardada no instrumento até encarnar em um novo membro da tribo.
O Prof. Luiz Alberto Oliveira finalizou sua apresentação comentando que o conteúdo exposto é constantemente atualizado pelo Observatório do Amanhã, centro nervoso do museu conectado com diversos centros de estudos e pesquisas, evitando que o amanhã se transforme em passado. Além disso, existe o Laboratório das Atividades do Amanhã, espaço de permanente inovação, produção e empreendedorismo aberto para grupos criativos de todo o mundo.
O debate entre Acadêmicos, estudantes e convidados, mediado pelo Presidente Francisco Sampaio, ressaltou a grandiosidade do projeto e a expectativa de que esta não se torne uma estrutura abandonada e sucateada ao longo do tempo.
Fachada do Museu do Amanhã
Exposições Permanentes