“A seringa é um insumo de uso único, diferente de outros insumos como máscaras, luvas, capotes que você pode utilizar em mais de um paciente. Mas, com planejamento e organização não faltarão seringas para vacinação contra a covid-19”, enfatizou o médico Paulo Fraccaro, Diretor, da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e do Laboratórios (Abimed).
Para ele, as indústrias nacionais conseguem suprir as demandas com um cronograma planejado. “Não iremos vacinar toda população do país ao mesmo tempo. Com isso, o planejamento é totalmente viável para as fábricas atenderem as demandas do país”.
Essa apresentação aconteceu durante livepromovida pela Academia Nacional de Medicina (ANM), “Limitações hospitalares no atendimento a pacientes graves com covid-19”, que aconteceu no último dia 29/1 e contou com a abertura dos presidentes da ANM, Rubens Belfort Jr., e Acácio Lima, da Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil.
Na oportunidade, Belfort Jr destacou: “a pareceria entre as academias é fundamental e valiosa para disseminação de informações relevantes sobre a ‘covidemia’. A falta de comunicação significa falta de transparência nas ações e todos perdem”, enfatizou o presidente.
“Esse ano aconteceu a história. Por exemplo, os ventiladores mecânicos se transformaram em um tema comum para todas as pessoas e não só para os especialistas de UTI”, comentou o médico Jorge Bonassa. Ele conta que, no início da pandeia, o país tinha cerca de 65 mil respiradores disponíveis entre o SUS (45 mil) e a rede privada. Os EUA doaram 600 equipamentos e 1.500 foram importados da Turquia. Mas isso ainda era pouco para suprir a demanda nacional. A solução foi a indústria nacional suprir essa falta. O Brasil conta com quatro indústrias que conseguiram dentro das normas de certificações produzir 13 mil novos equipamentos.
“Já alguns modelos de ventiladores mecânicos importados não estão dentro do ecossistema do nosso parque industrial. Dessa forma, a utilização e manutenção são questões ainda em aberto.”
O acadêmico Marcelo Morales apresentou a Rede MCTI e como ela atua para reduzir o impacto deletério da falta de suprimentos. “Temos sempre destacado a importância da ciência na pandemia, pois é com ciência e tecnologia que conquistamos a soberania e a independência. Temos obrigação através da ciência e tecnologia antecipar os problemas que podemos ter. Esse é o grande desafio. Os problemas podem ser mitigados com ciência.”, destacou o acadêmico.
A Rede MCTI é uma congregação de especialistas de notório saber, especialistas do Ministério da Saúde e outras instituições que norteiam também ações para pesquisa do sequenciamento do vírus.
O evento contou com ainda com as seguintes palestras e conferencistas: “Medicamentos necessários para intubação traqueal e ventilação mecânica em pacientes com covid-19”, com Jorge Afiune, Diretor Médico da Cristália; “Frente à limitação de insumos e ventiladores, como tratar os pacientes críticos com covid-19”, com Felipe Saddy, responsável pela Unidade Ventilatória do Rede D’Or São Luiz; “Agulhas e seringas” com Walban Damasceno de Souza, Presidente do Conselho da Abimed– B&D e “Oxigenioterapia, consumo atual e como economizá-lo’, com Marcelo Viana, chefe da Fisioterapia Respiratória do Hospital Samaritano. Os comentários foram dos acadêmicos Carlos Alberto de Barros Franco, José Luiz Gomes do Amaral e Patrícia Rocco.