Com cerca de 140 participantes e grande repercussão na mídia brasileira, a sessão científica “Vacinas e covid-19: registro e vacinação, prováveis cenários”, realizada no dia 12 de novembro, contou com diferentes segmentos da sociedade.
Entre os convidados, advogados, médicos, cientistas e jornalistas que debateram durante cerca de 6 horas. Ao final do evento, os presidentes das Academias Nacional de Medicina, Rubens Belfort Jr., da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich, e de Ciências Farmacêuticas do Brasil, Acácio de Souza Lima, redigiram e lançaram um manifesto no qual condenam a politização dos testes da vacina contra covid-19. Para saber mais, acesse https://bit.ly/38WWt0u.
Anvisa – O papel e a defesa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foram um dos destaques da sessão.
Segundo o presidente da ANM, prof. Rubens Belfort, a Anvisa pertence ao Brasil e precisa ser blindada contra interferências políticas.
“A Anvisa é um orgulho da nossa geração de pesquisadores, médicos e profissionais da saúde. Eu tenho certeza de que falo por toda a ANM, com seus 100 acadêmicos, que vocês podem realmente contar conosco, e nós prometemos fazer o que for possível para aumentar a efetividade da Anvisa”, falou o presidente da ANM para o gerente geral de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa,Gustavo Mendes.
“Principalmente nesse momento de pandemia, onde se tem discutido muitas situações que põem em cheque o que é conhecimento científico, a Anvisa é um aliado na valorização da ciência nacional”, ressaltou Mendes.
O especialista destacou ainda os recentes avanços do reconhecimento global da instituição enquanto autoridade na área. “Desde 2016, começou um processo de convergência global que culminou, no ano passado, na aceitação da Anvisa como membro gestor do ICH, que é um dos maiores fóruns de agências reguladoras globais. Portanto, hoje, estamos no mesmo patamar que agências de referência a nível global”, disse Mendes.
Mendes dedicou sua apresentação a esclarecer os principias papeis nesse momento em que os estudos clínicos de vacina contra covid se encontram no país – atualmente, quatro vacinas estão em estudo no Brasil, incluindo as conhecidas Coronavac, do Instituto Butantã, e a vacina de Oxford. “Parte do papel da Anvisa no controle das boas práticas de fabricação é inspecionar os locais em que essas vacinas estão sendo produzidas para garantir determinados critérios”.
“Nós, profissionais da área, teremos que ser transparentes com a população sobre a porcentagem de eficácia, quem vai poder se beneficiar dessa vacina e quais os eventos adversos que pode trazer”, reforçou Mendes, destacando a rapidez e o foco total da Anvisa no cenário de urgência em decorrência da pandemia.
O ex-presidente da Anvisa, Gonzalo Vecina Neto, acrescentou que faltam políticas públicas de imunobiológicos no país. Para ele, essa falta de políticas públicas permite que aventureiros joguem dinheiro fora.
A advogada Aline Mendes Coelho,especialista em Direito Regulatório e Sanitário, foi outra convidada do simpósio e, durante sua apresentação, fez um histórico sobre a Anvisa e seu papel nesse momento de pandemia.