Em um simpósio virtual, no dia 14 de maio de 2020, idealizado pelo acadêmico Celso Ferreira Ramos Filho, a Academia Nacional de Medicina (ANM) convidou 12 palestrantes expoentes em diversos setores da área de enfermagem que abordaram temas relevantes, especialmente, nesse momento, onde a atividade da enfermagem tem um papel importantíssimo na linha de frente contra a pandemia por Covid-19.
O encontro virtual contou com a abertura do presidente da ANM, Rubens Belfort Jr , e apresentações de diversos convidados como Elizabeth Iro, Chief Nursing Officer da OMS; Almerinda Moreira, presidente da Academia Brasileira de História da Enfermagem; Carla Luzia França Araújo, diretora da Escola de Enfermagem Anna Nery; Silvia Cassiani, Regional Advisor on Nursing da Opas; Heimar de Fátima Marin, editora chefe do Journal Medical Informatics; Janine Schirmer, diretora da Escola Paulista de Enfermagem; Nísia Trindade, presidente da Fiocruz; Denise Pires de Carvalho, reitora da UFRJ; Ricardo Silva Cardoso, reitor da UniRio; Lincoln Ferreira, presidente do Conselho Federal de Medicina; Manoel Carlos Neri da Silva, presidente do Conselho Federal de Enfermagem; Francisca Valda da Silva, presidente da Associação Brasileira de Enfermagem e o acadêmico Ronaldo Damião, também diretor do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Uerj.
A presidente da Academia Brasileira de História da Enfermagem, Almerinda Moreira, pediu um minuto de silêncio, durante o evento virtual, em memória de todos os profissionais de enfermagem e de saúde que perderam a batalha contra o novo coronavírus.
A professora fez uma breve apresentação sobre a criação das escolas de enfermagem no país, a partir do Decreto de 1890, do Marechal Deodoro da Fonseca. Na época, as mulheres eram as que mais escolhiam exercer a atividade e os atributos necessários eram: alfabetizadas, maiores de 18 anos, dóceis, leais e devotadas. E foi através da enfermagem que a mulher conseguiu entrar no mercado de trabalho.
Convidada para as homenagens, a diretora da Escola de Enfermagem Anna Nery da UFRJ, Carla Luzia França Araújo, destacou o papel primordial da enfermagem para fortalecer também a atenção primária a saúde.
Já a editora chefe do Journal Medical Informatics e membro da American Academy of Nursing, a enfermeira Heimar de Fátima Marin, enfatizou que não é só a tecnologia que irá trazer conforto e bem-estar ao paciente. “A enfermagem precisa de compaixão e empatia. Cuidar das pessoas nunca será obsoleto”.
Tanto a presidente da Fiocruz,Nísia Trindade Lima, como a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, ressaltaram a importância da valorização da enfermagem no SUS. São 12 milhões de profissionais que precisam de valorização. “A enfermagem mantém acesa a chama do cuidado”, disse a reitora da UFRJ. Pires de Carvalho também destacou que é brutal, em muitos casos, as condições de trabalho da categoria e a exposição a doenças.
Ano Internacional da Enfermeira Obstétrica – O acadêmico Jorge Rezende foi outro dos convidados para o evento. Ele falou sobre a enfermagem obstétrica. Segundo dados apresentados, mais de 80% de todas as mortes maternas, natimortos e óbitos neonatais do mundo podem ser evitados através da inserção da assistência de enfermeiras obstétricas qualificadas, inclusive no planejamento familiar, com recursos materiais, estruturais e humanos. E lembrou que, no Brasil, a enfermagem obstétrica é um dos pilares da Rede Cegonha, programa do Ministério da Saúde desde 2015.
“Urge o trabalho interdisciplinar entre médicos e enfermeiros na assistência ao parto e no nascimento, neste momento crítico da pandemia, com práticas de cuidados baseadas em evidências e com centralidade na mulher. Este se configura como um dos passos mais desafiadores e importantes para a efetiva qualificação da atenção obstétrica no mundo”, destacou o acadêmico.
A dama da lâmpada – Florence Nightingale ficou conhecida como a “dama da lâmpada”. Em 1854 foi enfermeira de guerra e, durante os combates, de lanterna na mão percorria as enfermarias dos acampamentos, durante a noite, atendendo os soldados doentes.
Nessa sessão científica virtual, o acadêmico Celso Ferreira Ramos Filho apresentou uma breve biografia de Nightingale, conhecida como precursora das ações de cuidado, tendo despertado o conceito de enfermagem no mundo.
Enfermeira por educação e apaixonada por gráficos, ela foi responsável por criar um dos gráficos que mudaria a percepção de infecção hospitalar e os óbitos em consequência dessas infeções.
Florence desenhou, pintou e mostrou ao mundo que as infecções hospitalares e as más condições de cuidados com os pacientes matavam mais do que as batalhas. O gráfico criado por Florence, conhecido popularmente como “Diagrama de causas de mortalidade” traduziu em formato de imagem, o que os números mostravam.
As sessões científicas estão disponível no canal da Academia Nacional de Medicina no YouTube em https://bit.ly/3eByjYS